terça-feira, 4 de outubro de 2011

Suspiro...



Uma dor tão densa, tão muda
Nem sei se devia ter falado
Mas julguei a emoção profunda
E consegui expor meu fado...


Como as palavras faladas,
Nem sempre vêm...
E quando chegam, às vezes...
São tão veladas...


Fiquei na dúvida
Entre expor meu pranto...
Entre falar...
Ou permanecer...
Calada...


Cedendo aos encantos do verbo
Abri-me a critérios gramáticos...
Juntei substantivo, preposição,
Conteúdos dogmáticos, advérbios,
Sem esquecer a conjugação...


Ledo engano, doce mentira
Em vão escutaram meu lamento
Que não soou como tormento,
Mas como exagero de rotina...


Como pode alguém dizer-te te amo,
Depois de anos de estágio em plágio,
Ser perceber-se em engano, ou,
De um vírus um simples contágio...


Acho que se enganou,
Misturando todas as coisas
Não é assim que acontece
“O amor ágape da lousa”.


Na aula de filosofia
Tudo parecia mais simples
Tinha etapas bem distintas:
O tal do amor preclaro
A paixão, Eros, Ágape...


Tudo respeitando etapas
Nenhuma cor invadindo a outra
Num céu sereno e claro
Um arco-íris de sonho
Um sol de Ícaro pensado...


Mas a realidade transcende
E brota como cristal mesclado
Onde o carvão se encontra virgem
Dentro do diamante mais caro...


Por mais que se queira dela desviar,
O que está posto se impõe.
A natureza não se dispõe a negociar...
Apenas sugere ser ouvida,
Pra não romper com a vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário