terça-feira, 18 de outubro de 2011

Anestesia




Ah! A dor!
Dor de dizer-se,
Sem comprometer-se...

O medo latente, lúcido,
Esfera, que forma e se conforma,
Flutuante sobre a lama...

Ah! A dor!
De não falar do que se ama,
De não se chamar do que se chama...

Os dedos dormentes,
Os sonhos recorrentes,
Os desejos veementes...

Ah! A dor!
Único lampejo,
A fugir do remorso...

Da fama não vinda,
Da reprimida vida
E da grana já finda...

Ah! A dor!
Que rima sofrivelmente,
Com flor e amor...

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